Hoje, os
cinco, que dizem não responder a qualquer inquérito ou processo,
abandonaram os fuzis e estão trabalhando no AfroReggae. Diego, Jucelino e
Marcos Coutinho contam que são funcionários de uma produtora que
trabalha com programas de televisão. Clapp e Carlos Alberto abraçaram
outra missão: são responsáveis por convencer empresários a dar
oportunidades a ex-bandidos.
— De alguma forma, nós fomos
multiplicadores da violência. Hoje, estamos fazendo o contrário:
multiplicando a mensagem do bem, de que o crime não compensa mesmo —
garantiu Jucelino, o mais falante do grupo. — Cursei e conclui o ensino
fundamental, mas sempre gostei de ler. Sou autodidata — disse ele, que
começou no tráfico quando deixou o Exército em 2006. — Nasci no Complexo
do Alemão. Naquelas condições, eu não sabia diferenciar nada: o que era
o bem ou o mal. Analisando agora, eu lembro que havia uma harmonia. O
tráfico fazia parte da rotina natural.
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